É amigos, está acabando! Depois de uma era de conquistas e disputas no mais alto nível, o final da carreira profissional de Lionel Messi, um dos mais ilustre jogadores da história, está cada vez mais próximo. Do auge dos seus 36 anos completados neste sábado (24), é possível ver não apenas uma trajetória cheia de conquistas e superações, mas também o amor do menino argentino conhecido como “La Pulga”, ao clube que o tornou um gigante aos olhos do mundo.
Nascido em 24 de junho de 1987, na cidade de Rosário, Argentina, Lionel Andrés Messi Cuccittini conheceu o amor de sua vida ainda na infância. Aos cinco anos de idade o menino Messi já conhecia “a bola” e ela a ele. Assim com seis anos, o pequeno e habilidoso argentino já jogava oficialmente pelo clube local, o Newell’s Old Boys.
Com uma capacidade notável de controlar a bola e driblar os adversários, Messi rapidamente ganhou destaque. No entanto, aos 13 anos, ele foi diagnosticado com um distúrbio de crescimento. Seria esse o prematuro fim da história do garoto argentino e de seu amor pela bola?
Bem, a vida é feita de oportunidades e elas surgem das formas mais diversas. Em meio a notícia negativa, Messi conheceu aquele que seria seu segundo amor e assim como a bola, o completaria, o FC Barcelona. O clube entrou em cena, oferecendo-se para pagar pelo seu tratamento em troca da sua mudança para a Espanha e ingresso na famosa academia de futebol La Masia.
História de Messi no Barcelona
Messi se juntou à La Masia, quando era notavelmente menor e mais leve que muitos de seus colegas devido a seu problema de crescimento. Sua pequena estatura, agilidade, velocidade e habilidade para mover-se pelo campo, levaram à adoção do apelido “La Pulga“, que significa “A Pulga” em espanhol.
Com o tempo em La Masia, ele superou seu distúrbio de crescimento hormonal e cresceu em estatura. Assim o apelido “La Pulga” ficou, sendo um testemunho de sua habilidade única de driblar e desafiar os defensores, independentemente de seu tamanho.
Aos 17 anos, Messi fez sua estreia oficial na equipe principal do Barcelona em outubro de 2004, contra o Espanyol. Em maio de 2005, ele marcou seu primeiro gol na partida contra o Albacete, tornando-se, até então, o mais jovem na história do clube a marcar.
O argentino continuou aprimorando suas habilidades e estabelecendo-se como um dos melhores jogadores do mundo. A temporada 2008-2009 foi um ponto de virada na carreira de Messi, pois ele assumiu a icônica camisa número 10 após a saída de Ronaldinho e liderou o Barcelona para conquistar seis títulos em um único ano, um feito sem precedentes.
Ao todo foram 17 temporadas incríveis, durante as quais o talento extraordinário e a constância em alto nível deram ao jogador, um novo apelido “ET”. O gracejo, fazia referência a ideia dos números conquistados pelo jogador não parecerem humanos, já que ultrapassavam algumas barreiras impensáveis e redefiniram uma era no futebol moderno.
Ou seja, o jogador quebrou quase todos os recordes possíveis, incluindo o de mais gols marcados por um único clube, com 672 gols em 778 jogos. Além disso, ajudou o Barça a conquistar 4 títulos da Liga dos Campeões da UEFA e 10 títulos da La Liga, entre muitos outros.
Messi Vs CR7
A rivalidade entre Messi e Cristiano Ronaldo (CR7) é mais conhecida pela época em que os dois protagonizavam os jogos disputados entre Barcelona e Real Madrid. Contudo ela é anterior a esse período, o jovem Messi e CR7 já tinham esse lugar em seu primeiro embate em 2008.
Na época, os jogadores se encontraram em lados opostos da disputa entre Barcelona e Manchester United, pela Semifinal da Liga dos Campeões daquela temporada. No primeiro encontro, foi o português quem levou a melhor. Na temporada seguinte, foi a vez do argentino superar a equipe de CR7 na final da principal competição europeia.
Quando se transferiu para o Real Madrid, em 2009, CR7 talvez nem imaginasse, mas os confrontos entre ele e Messi seriam épicos e marcariam toda uma geração de amantes do futebol. Diferente das brigas e discussões acaloradas entre os fãs dos jogadores, em campo os atletas sempre se trataram com educação e respeito mútuo.
Durante mais de uma década, os jogadores foram sinônimo de um nível de excelência que elevava o futebol a um outro patamar. As exigências não apenas técnicas, mas físicas também afastaram e polarizaram a disputa pelo posto de Melhor do Mundo.
Passagem pelo PSG
Em agosto de 2021, devido a dificuldades financeiras insuperáveis, o Barcelona foi forçado a deixar Messi partir, um movimento que chocou o mundo do futebol. Muito emocionado a época, o próprio astro veio a público em uma entrevista coletiva anunciar a sua saída do clube catalão.
Durante a entrevista o tom de despedida, o embargo na voz e o choro angustiante de Messi emocionou o mundo. Mais que isso, o momento deixou claro o nível de amor entre o jogador e o clube que “o acolheu e formou”. Vale lembrar que ainda hoje ele leva em sua pele as tatuagens que fez em homenagem ao Barcelona.
Na temporada 2021/2022, Messi assinou contrato com aquele que seria seu segundo clube na vida, o Paris Saint-Germain (PSG). Sua chegada na França foi repleta de homenagens e muitas expectativas para o futuro do clube.
Ao lado de seu amigo, Neymar e o promissor craque francês Kylian Mbappé, Messi não apenas poderia voltar a conquistar títulos, como levar o clube a conquista da Liga dos Campeões. Pelo menos essa era a ideia, contudo na prática ela nunca se confirmou o clube não conseguiu ultrapassar a barreira continental. Assim, precisou se contentar com os principais títulos nacionais.
Apesar de não ter conseguido alcançar seu objetivo maior, a passagem de Messi pelo PSG está longe de ser considerada um fracasso. Durante suas duas temporadas no PSG, Messi atuou em 75 partidas, marcou 32 gols e deu 35 assistências. Com ele o time francês conquistou a Supertaça da França e dois títulos da Ligue 1.
Transferência para o Inter Miami
Em 2023, Messi surpreendeu novamente o mundo do futebol ao se transferir para o Inter Miami CF, uma equipe da Major League Soccer (MLS) co-propriedade de David Beckham. Apesar de ser uma liga menos competitiva em comparação com as europeias, o argentino viu a mudança como um novo desafio e a chance de aumentar a popularidade do futebol nos Estados Unidos.
História pela Seleção Argentina
Paralelamente à sua carreira de clube, Messi teve uma carreira internacional igualmente notável. Apesar de algumas decepções iniciais, ele finalmente liderou a Argentina à vitória na Copa América 2021, encerrando um jejum de 28 anos sem títulos para a seleção. Além disso, também desempenhou um papel crucial na campanha da Argentina nas diversas edições da Copa do Mundo da FIFA, sempre demonstrando uma devoção inabalável ao seu país.
Durante anos o craque sofreu críticas por ter feito toda a sua carreira profissional fora dos clubes Argentinos, apesar da sua passagem quando jovem pelo Newell’s Old Boys. Assim, sempre que um título em disputa não era conquistado, ou craque era criticado internamente como se não “fosse argentino o suficiente”.
Felizmente, em 2022 a conquista da Copa do Mundo no Qatar com a Seleção Argentina botou de uma vez uma pedra sob esse assunto. Curiosamente também foi destacado durante a competição, de que Messi, durante a copa, esteve “mais argentino” do que nunca.
Fato é que seja pela Seleção Argentina, pelo Barcelona ou mesmo pelo PSG, o craque foi importante e conseguiu conquistar títulos por onde passou. O legado de Lionel Messi é indiscutível. Com um talento inigualável e uma carreira repleta de momentos inesquecíveis, ele deixou sua marca como um dos maiores jogadores da história do futebol.
O fim de um Era
E agora aos 36 anos, o craque está próximo de uma conclusão para a sua carreira. Ao que tudo indica, sua passagem pelo futebol dos Estados Unidos também deverá ser um ponto positivo em uma carreira já tão vencedora. Mais que isso, os benefícios de sua passagem pela competição levará diversos torcedores a voltarem-se para o futebol do país.
Resguardadas algumas proporções importantes e medidas históricas, o feito é semelhante ao que fez o Rei do Futebol em sua passagem pelo Cosmos, em 1975. Ou seja, se Pelé tornou o esporte nos EUA popular o suficiente para receber sua realeza, agora a MLS se prepara para receber o “ET” como se “em casa” ele estivesse.